sábado, 20 de fevereiro de 2010

Corsário


Meu coração tropical está coberto de neve,

mas ferve em seu cofre gelado,

a voz vibra e a mão escreve mar

bendita lâmina grave que fere a parede e traz

as febres loucas e breves que mancham o silêncio e o cais.
Roseirais, nova Granada de Espanha,

por você eu, teu corsário preso,

vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar

me arrastar até o mar, procurar o mar.

Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar

meu coração tropical partirá esse gelo e irá

como as garrafas de náufrago e as rosas partindo o ar

nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar.


Vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar

me arrastar até o mar, procurar o mar.
Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar

meu coração tropical partirá esse gelo e irá

como as garrafas de náufrago e as rosas partindo o ar

nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar.


Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar

meu coração tropical partirá esse gelo e irá.


Composição: João Bosco / Aldir Blanc

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Nenhum homem

“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo;
cada homem é parte do continente, parte do todo;
se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor,
como se fosse um promontório,
assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua;
a morte de qualquer homem me diminui,
porque eu sou parte da humanidade; e por isso,
nunca procure saber por quem os sinos dobram,
eles dobram por ti”..

(John Donne, poeta inglês do século XVI, em “Meditações XVII”)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Outro tipo de mulher nua...


Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa,
basta uns retoquezinhos, aqui e ali.
Nunca vi tanta mulher nua.
Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas.
O que não falta é candidata para tirar a roupa.
Dá uma grana boa.
E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam,
então pudor pra quê?
Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas.
Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.

Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade...
emocionalmente.

Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso.
É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história.
É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera,
que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.

Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades,
sem esconder seus pequenos defeitos.
Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana.

Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar,
mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.

Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que esperava-se com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo - pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.

Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas,
que posam nuas porque consideram um degrau na carreira.

Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência.
Escadas servem para descer também.

Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior.

Mas é o que devemos continuar fazendo.
Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro.
Não conheço strip-tease mais sedutor.

Marta Medeiros

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Azul


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