domingo, 17 de maio de 2009

Eu Já...

Eu já dei risada até a barriga doer,
já nadei até perder o fôlego,
já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.

Já fiz cosquinhas na minha irmã só pra ela parar de chorar,
já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto,
já conversei com o espelho,
e até já brinquei de ser bruxo.

Já quis ser astronauta, dentista, mágico, professor e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone,
já tomei banho de chuva e acabei me viciando.

Já roubei beijo,
Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pra melhor amigo.
Já confundi sentimentos,
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.

Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas,
já subi em árvore pra roubar fruta,
já caí da escada de bunda. Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.
Já fiz juras eternas,
já escrevi no muro da escola,
já chorei sentado no chão do banheiro,
já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.

Já saí pra caminhar sem rumo,
sem nada na cabeça, ouvindo estrelas.
Já corri pra não deixar alguém chorando,
já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.

Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado,
já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.

Já senti medo do escuro,
já tremi de nervoso,
já quase morri de amor,
mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.

Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua,
já gritei de felicidade,
já roubei rosas num enorme jardim.

Já me apaixonei e achei que era para sempre,
mas sempre era um "para sempre" pela metade.

Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol,
já chorei por ver amigos partindo,
mas descobri que logo chegam novos,
e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas,
momentos fotografados pelas lentes da emoção,
que eu as guardo num baú, chamado...coração."