quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

PASSAGEM DO ANO

O último dia do ano não é o último dia do tempo.
Outros dias virão e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis, farás viagens e tantas celebrações de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral, que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor, os irreparáveis uivos do lobo, na solidão.

O último dia do tempo não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário, uma mulher e seu pé, um corpo e sua memória,um olho e seu brilho, uma voz e seu eco, e quem sabe até se Deus...
Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte, mas estás vivo.

Ainda uma vez estás vivo, e de copo na mão esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito, o recurso da bola colorida, o recurso de Kant e da poesia, todos eles... e nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca, lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sentimentos

"Não digas de nenhum sentimento que é pequeno ou indigno. Não vivemos de outra coisa que dos nossos pobres, formosos e magníficos sentimentos, e contra cada um que cometermos uma injustiça é uma estrela que apagamos"

Hermann Hesse

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa

O Pequeno Príncipe - Cap. XXI



(…)- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor… cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.(…)
Antoine de Saint Exupéry

Das buscas e descobertas


Foi temendo o isolamento que me integrei na multidão.
Isolei-me ainda mais!
Foi receando a miséria que amealhei.
E me tornei miserável!
Foi apavorado ante a morte que me defendi. E acabei matando!
E pior: foi temendo o medo de ter medo que me tornei medroso.

Eduardo Canabrava Barreiros

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A VIDA ENSINA


Se você pensa que sabe; que a vida lhe mostre o quanto não sabe.
Se você é muito simpático mas leva meia hora para concluir seu pensamento; que a vida lhe ensine que explica melhor o seu problema, aquele que começa pelo fim.
Se você faz exames demais; que a vida lhe ensine que doença é como esposa ciumenta: se procurar demais, acaba achando.
Se você pensa que os outros é que sempre são isso ou aquilo; que a vida lhe ensine a olhar mais para você mesmo.
Se você pensa que viver é horizontal, unitário, definido, monobloco; que a vida lhe ensine a aceitar o conflito como condição lúdica da existência.
Tanto mais lúdica quanto mais complexa.Tanto mais complexa quanto mais consciente.Tanto mais consciente quanto mais difícil. Tanto mais difícil quanto mais grandiosa.
Se você pensa que disponibilidade com paz não é felicidade; que a vida lhe ensine a aproveitar os raros momentos em que ela (a paz) surge.
Que a vida ensine a cada menino a seguir o cristal que leva dentro, sua bússola existencial não revelada, sua percepção não verbalizável das coisas, sua capacidade de prosseguir com o que lhe é peculiar e próprio, por mais que pareçam úteis e eficazes as coisas que a ele, no fundo, não soam como tais, embora façam aparente sentido e se apresentem tão sedutoras quanto enganosas.
Que a vida nos ensine, a todos, a nunca dizer as verdades na hora da raiva.
Que desta aproveitemos apenas a forma direta e lúcida pela qual as verdades se nos revelam por seu intermédio; mas para dizê-las depois.
Que a vida ensine que tão ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la.
Que aquele garoto que não come, coma.
Que aquele que mata, não mate.
Que aquela timidez do pobre passe.
Que a moça esforçada se forme.
Que o jovem jovie.
Que o velho velhe.
Que a moça moce.
Que a luz luza.
Que a paz paze.
Que o som soe.
Que a mãe manhe.
Que o pai paie.
Que o sol sole.
Que o filho filhe.
Que a árvore arvore.
Que o ninho aninhe.
Que o mar mare.
Que a cor core.
Que o abraço abrace.
Que o perdão perdoe.
Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo.
A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos.

Artur da Távola

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Use filtro solar - Wear Sunscreen

Senhoras e senhores da turma de 2003:
Filtro solar!
Nunca deixem de usar o filtro solar
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: usem o filtro solar!
Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência; Já o resto dos meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria existência errante.

Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês.
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado. Mas, pode crer, daqui a 20 anos, você vai evocar as suas fotos e perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia - quantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente, e como você realmente estava com tudo em cima. Você não está gordo! Ou gorda...

Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra
As encrencas de verdade de sua vida tendem vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça feira modorrenta

Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo mesmo.
Cante.
Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano. Use o fio dental.
Não perca tempo com inveja. Às vezes se está por cima, às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.
Não esqueça os elogios que receber. Esqueça as ofenças. Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor. Jogue fora os extratos bancários velhos.
Estique-se.
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos. Você vai sentir falta deles.

Talvez você case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.

Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você.
As suas escolhas tem sempre metade da chance de dar certo. É assim pra todo mundo.

Desfrute do seu corpo. Use-o de toda a maneira que puder, mesmo. Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.
Dance. Mesmo que não tenha aonde além do seu próprio quarto.

Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez. Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
Entenda que os amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.

Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando era jovem.
More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.
Viaje.
Aceite certas verdades inescapáveis: Os preços vão subir. Os políticos vão saracotear. Você, também, vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem, os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes, e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos.
E não espere que ninguém segure a sua barra.

Talvez você arrume uma boa aposentadoria. Talvez case com um bom partido. Mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.

Não mexa demais nos cabelos senão quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.

Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.

Mas, no filtro solar, acredite.

Coisas que a vida ensina depois dos 40

Amor não se implora, não se pede não se espera...

Amor se vive ou não.

Ciúmes é um sentimento inútil.

Não torna ninguém fiel a você.

Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus paramostrar ao homem o que é fidelidade.

Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.

As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.

Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.

Água é um santo remédio.

Deus inventou o choro para o homem não explodir.

Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.

Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.

A criatividade caminha junto com a falta de grana.

Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.

Amigos de verdade nunca te abandonam.

O carinho é a melhor arma contra o ódio.

As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.

Há poesia em toda a criação divina.

Deus é o maior poeta de todos os tempos.

A música é a sobremesa da vida.

Acreditar, não faz de ninguém um tolo.

Tolo é quem mente.

Filhos são presentes raros.

De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.

Obrigado, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor

O amor... Ah, o amor...O amor quebra barreiras, une facções,destrói preconceitos,cura doenças...

Não há vida decente sem amor! E é certo, quem ama, é muito amado.

E vive a vida mais alegremente...

Artur da Távola

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

SONETO CV

Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare

Modéstia

Quem fez da modéstia uma virtude esperava que todos passassem a falar de si próprios como se fossem idiotas.

O que é a modéstia senão uma humildade hipócrita, através da qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não têm?

Arthur Schopenhauer

Não...

Não me dêem fórmulas certas
Porque eu não espero acertar sempre
Não me mostre o que esperam de mim
Porque vou seguir meu coração

Não me façam ser o que não sou
Não me convidem a ser igual
Porque sinceramente sou diferente
Não sei amar pela metade
Não sei viver de mentiras
Não sei voar com os pés no chão

Sou sempre eu mesmo
Mas com certeza não serei o mesmo pra sempre!

Fernando Pessoa

"Tenho pensamentos que, pudesse eu trazê-los à luz e dar-lhes vida, emprestariam nova leveza às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."

Eu Já...

Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.
Já fiz cosquinhas na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, dentista, mágico, professor e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo, Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pra o melhor amigo.
Já confundi sentimentos, Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.
Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas.
Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, que eu as guardo num baú, chamado...coração."

Ser feliz...

É não ter medo dos próprios sentimentos...
É saber falar de si mesmo...
É ter coragem para ouvir um "não"...
É ter segurança para receber crítica, mesmo que injusta...
É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos,mesmo que eles nos magoem...

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que moradentro de cada um de nós...
É ter maturidade pra falar "eu errei"...
É ter ousadia para dizer "me perdoe"...
É ter sensibilidade para "...expressar "eu preciso de você"...
É ter capacidade de dizer "eu te amo"...

Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo...Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida.
E descobrirá que...
Ser feliz não é ter uma vida perfeita...
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância...
Usar as perdas para refinar a paciência...
Usar as falhas para esculpir a serenidade...
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência...
Jamais desista de si mesmo...
Jamais desista das pessoas que você ama...

Jamais desista de ser feliz!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Pequenas descobertas

Pequenas descobertas

Vivemos por muitos anos e procuramos uma razão, um propósito.
Essa razão é feita de pequenas descobertas ou grandes coisas que aprendemos com nós mesmos, e que ficam como lembranças no nosso coração.
Aprendi a andar e a falar.
Aprendi a ler e escrever.
Descobri o valor da amizade.
Aprendi a fazer "cosquinhas" na minha irmã.
Descobri que meus pais são o que tenho de mais valioso.
Descobri que o amor de Deus é o maior.
Descobri que eu não sou melhor que ninguém.
Descobri que cada momento é único.
Descobri que viver sem se arriscar não é viver.
Descobri que nunca é tarde para amar alguém.
Descobri que nem sempre vou estar bem.
Aprendi que o que vemos por fora é só aparência.
Aprendi que a perda é o que há de mais doloroso.
Descobri o quanto o amor faz bem ao coração.
Aprendi que para demonstrar o amor é preciso ter um pouco de ausência.
Aprendi que o mundo é perigoso.
Descobri que ninguém é todo mal.
Aprendi que Deus está sempre bem perto de nós, basta sabermos enxergá-lo.


Muita energia positiva para você.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A dor da perda

Nossos Pais descobrem que um ser está para nascer e trazer as suas vidas um brilho de luz.

A cada sorriso, palavra, olhar ou suspiro, uma cachoeira de lágrimas parece inundar seus olhos de alegria e paz.

Nos tornamos adolescentes e a busca pela independência é cada vez mais clara.

A nossa vontade de conquistar espaço nos distância de quem sempre nos amará, esquecemos a família. Esquecemos de dizer o quanto os amamos.

Mas um dia nossos entes queridos se vão. Quando menos esperamos e sem nenhum aviso, Deus tira de nós o que mais amamos.Em nosso peito apenas a dor de um punhal que a cada "meus pêsames" parece pesar.

Nossos pensamentos divulgam para cada gota de sangue em nosso corpo a culpa de nunca ter dito: "te amo"; "preciso de você", "estou sempre aqui", "me preocupo", e como se não bastasse vem à frase mais forte "a culpa foi minha".

Nossos sonhos caem por terra, nossa independência parece perder a importância.

E a resposta para essa dor? O tempo e uma certeza:Quando amamos transmitimos em pequenos atos e gestos, e as palavras não importam mais; quando precisamos de alguém, sentimos sua presença, e as palavras não têm mais sentido; quando nos sentimos sós e abandonados, surge uma palavra ou um gesto e descobrimos que nunca estaremos sós.

E a culpa? A culpa é da vida que tem inicio, meio e fim. A nossa culpa está apenas em amar tanto e sentir tanto perder alguém.

Mas o tempo é remédio e nele conquistamos o consolo, com ele pensamos nos bons momentos. E com um pouco mais de tempo, transformamos nossos entes queridos em eternos companheiros.

Nossos sonhos ganham aliados, nossa independência ganha acompanhantes, nossa vida conquista anjos.

E no fim apenas a saudade e uma certeza:Não importa onde estejam, estarão sempre conosco."

A dor da perda

Nossos Pais descobrem que um ser está para nascer e trazer as suas vidas um brilho de luz.
A cada sorriso, palavra, olhar ou suspiro, uma cachoeira de lágrimas parece inundar seus olhos de alegria e paz.
Nos tornamos adolescentes e a busca pela independência é cada vez mais clara.
A nossa vontade de conquistar espaço nos distância de quem sempre nos amará, esquecemos a família. Esquecemos de dizer o quanto os amamos.
Mas um dia nossos entes queridos se vão. Quando menos esperamos e sem nenhum aviso, Deus tira de nós o que mais amamos.Em nosso peito apenas a dor de um punhal que a cada "meus pêsames" parece pesar.
Nossos pensamentos divulgam para cada gota de sangue em nosso corpo a culpa de nunca ter dito: "te amo"; "preciso de você", "estou sempre aqui", "me preocupo", e como se não bastasse vem à frase mais forte "a culpa foi minha".
Nossos sonhos caem por terra, nossa independência parece perder a importância.
E a resposta para essa dor? O tempo e uma certeza:Quando amamos transmitimos em pequenos atos e gestos, e as palavras não importam mais; quando precisamos de alguém, sentimos sua presença, e as palavras não têm mais sentido; quando nos sentimos sós e abandonados, surge uma palavra ou um gesto e descobrimos que nunca estaremos sós.
E a culpa? A culpa é da vida que tem inicio, meio e fim. A nossa culpa está apenas em amar tanto e sentir tanto perder alguém.
Mas o tempo é remédio e nele conquistamos o consolo, com ele pensamos nos bons momentos. E com um pouco mais de tempo, transformamos nossos entes queridos em eternos companheiros.
Nossos sonhos ganham aliados, nossa independência ganha acompanhantes, nossa vida conquista anjos.
E no fim apenas a saudade e uma certeza:Não importa onde estejam, estarão sempre conosco."

terça-feira, 9 de setembro de 2008

“A balada do cárcere de reading”

Contam que Oscar Wilde, certa vez, foi preso. E preso, ele escreveu um dos seus mais belos poemas... Uma tentativa de entender o porque dos homens serem sempre os seus próprios carrascos.

Estes são alguns versos de “A balada do cárcere de reading”:

...A gente destrói aquilo que mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo
os valentes destroem com a espada.
Mas a gente sempre destrói aquilo que mais ama...

...Apesar disso - escutem bem - todos os homens
Matam a coisa amada;
Com galanteio alguns o fazem, enquanto outros
Com face amargurada;
Os covardes o fazem com um beijo,
Os bravos, com a espada!

Um assassina o seu amor na juventude,
Outro, quando ancião;
Com as mãos da Luxúria este estrangula, aquele
Empresta do Ouro a mão;
Os mais gentis usam a faca, porque frios
Os mortos logo estão.

Este ama pouco tempo,
aquele ama demais;
Há comprar, e há vender;
Uns fazem o ato em pranto, enquanto que um suspiro
Outros não dão sequer.
Todo homem mata a coisa amada! - Nem por isso
Todo homem vai morrer...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Receita para lavar roupa suja

Receita para lavar roupa suja
Viviane Mosé

Mergulhar a palavra suja em água sanitária depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia. Algumas palavras quando alvejadas ao sol adquirem consistência de certeza.
Por exemplo a palavra vida.
Existem outras, e a palavra amor é uma delas, que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda aguar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.

São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tiram sujeira difícil, mas nada. Toda tentativa de lavar piedade foi sempre em vão.

Agora nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda e morte na medida que são alvejadas soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de argura, que é capaz de esvaziar o vigor da língua.
O aconselhado nesse caso é mantê-la sempre de molho em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo neste caso é misturar palavras que mancham no contato umas com as outras. Culpa, por exemplo, a culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha. Outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo, sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.

Já a palavra força cai bem em qualquer mistura. Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras sob o risco de perderem o sentido. A sujeirinha cotidiana quando não é excessiva, produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito importante na arte de lavar palavras é saber reconhecer uma palavra limpa.
Conviva com a palavra durante alguns dias. Deixe que se misture em seus gestos, que passeie pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite, não a seu lado mas sobre seu corpo. Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne, prolifera em toda sua possibilidade.

Se puder suportar essa convivência até não mais perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa.

Uma palavra limpa é uma palavra possível.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

FOME DE AMOR...

FOME DE AMOR...

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: 'Digam o que disserem, o mal do século é a solidão'. Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma.
Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas.
Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos 'personal dance', incrível.
E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão 'apenas' dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega ?
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.
Tornamo-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a 'sentir', só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número de comunidades como: 'Quero um amor pra vida toda!', 'Eu sou pra casar!' até a desesperançada 'Nasci pra ser sozinho!' Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí?
Seja ridículo, não seja frustrado, 'pague mico', saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?
Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?
Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesmapor ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: ' vamos ter bons e maus momentos, e uma hora ou outra um dos dois ou quem sabe os dois vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida'.
Antes idiota que infeliz...
(Arnaldo Jabor)

Tentar ou não tentar?

Claro que sei que, nem sempre as coisas são tão fáceis e simples
Algumas coisas levam tempo, teimam em não querer sair das nossas cabeças
Raramente uma ferida é cicatrizada inteiramente e sem seqüelas
Levam tempo... Mas, qual o tempo ainda temos?
O de apenas dizer que foi bom enquanto durou?
Sobras de alguns dias, poucos minutos, que são vão em instantes.

Apenas queria que soubesse: O tempo passa. E nunca volta atrás
Umas coisas não se repetem jamais
Gastamos o tempo com desculpas. Não para os outros. Para nos mesmos
Uma vida, que passa, sem atos e fatos para recordar
Sem historias para contar ou até mesmo chorar
Tendo apenas uma certeza de que algo foi muito mais forte
O medo de lutar e de tentar ser feliz.

Olhe ao redor

Olhe ao redor
Clarice Lispector

Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós.
Não temos amado, acima de todas as coisas.
Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro.
Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios.
Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Nunca desvalorize ninguém
Guarde cada pessoa perto do seu coração
Porque um dia você pode acordar
E perceber que você perdeu um diamante
Enquanto você estava muito ocupado colecionando pedras.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A Morte Devagar

A Morte Devagar
Martha Medeiros

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado.
Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário.
Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia.

Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

Se amar fosse fácil...

Se amar fosse fácil...
Não haveria tanta gente amando mal,


Nem tanta gente mal amada.

Se amar fosse fácil...


Não haveria tanta fome, nem tantas guerras.


Nem gente sem sobrenome.


Se amar fosse fácil...


Não haveria crianças nas ruas sem ter ninguém nem haveria orfanatos

Porque as famílias serenas adotariam mais filhos

Se amar fosse fácil...

Não haveria esposas mal amadas

e nunca ninguém negaria o que jurou num altar

nem haveria divórcio e nem desquite, jamais...

Se amar fosse fácil...
Não haveria assaltantes

e as mulheres gestantes não tirariam seu feto

Nem haveria assassinos...


Mas o amor é um sentimento que depende de um "eu quero"

seguido de um "eu espero" ...


Mas a vontade é rebelde,


O homem, um egoísta que maximiza seu "eu"


Por isso, o amor é difícil.


Jesus Cristo não brincava quando nos mandou amar.

E, quando morreu amando deu a suprema lição...

Não se ama por ser fácil,
ama-se porque é preciso!


Obrigado a minha amiga Samia pelo envio desta bela mensagem

Eu sei mas não devia

Eu sei mas não devia
Marina Colassanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostumaa acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduiche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro eouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorrisode volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
Agente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.Se acostuma para evitar feridas, sangramentos,para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.

"Amigos são fragmentos."

"Amigos são fragmentos."


Diz o poeta: "... amigos são testemunhas vivas de nossas vidas".


São fragmentos de nossa história, e em cada lembrança de um rosto amigo podemos recordar um momento de nosso passado, e amigos são muito mais do que momentos, são alianças que fazemos pela eternidade, mesmo que a amizade seja passageira, que dure apenas um contrato de trabalho, um período escolar ou as férias de verão, ainda assim, fica uma marca indelével na alma, ou, como dizia o próprio Milan Kundera, escritor tcheco, a insustentável leveza da amizade fica pairando sobre nossas lembranças.

Um amigo empresta sentimentos, doa carinho, atenção, gestos que ficam como fotografias arquivadas em nosso interior, e basta um gesto, uma voz, um perfume no ar, uma música, um cheiro de lenha queimada ou de terra molhada e já estamos recordando um amigo.
Quem tem amigos pode se dizer feliz, realizado, quem é amigo de alguém tem prazer em viver, em servir, em ter a companhia de quem transmite algo maior que o próprio amor, alias, a amizade é a essência do amor, é a base segura que leva duas pessoas, mesmo distantes se comunicarem, transmitirem conforto e até carinho mesmo com o oceano a separá-los.

Todo amigo é uma jóia, um tesouro que devemos guardar no precioso cofre chamado coração.

"Amigos são fragmentos."

"Amigos são fragmentos."

Diz o poeta: "... amigos são testemunhas vivas de nossas vidas".

São fragmentos de nossa história, e em cada lembrança de um rosto amigo podemos recordar um momento de nosso passado, e amigos são muito mais do que momentos, são alianças que fazemos pela eternidade, mesmo que a amizade seja passageira, que dure apenas um contrato de trabalho, um período escolar ou as férias de verão, ainda assim, fica uma marca indelével na alma, ou, como dizia o próprio Milan Kundera, escritor tcheco, a insustentável leveza da amizade fica pairando sobre nossas lembranças.

Um amigo empresta sentimentos, doa carinho, atenção, gestos que ficam como fotografias arquivadas em nosso interior, e basta um gesto, uma voz, um perfume no ar, uma música, um cheiro de lenha queimada ou de terra molhada e já estamos recordando um amigo.
Quem tem amigos pode se dizer feliz, realizado, quem é amigo de alguém tem prazer em viver, em servir, em ter a companhia de quem transmite algo maior que o próprio amor, alias, a amizade é a essência do amor, é a base segura que leva duas pessoas, mesmo distantes se comunicarem, transmitirem conforto e até carinho mesmo com o oceano a separá-los.

Todo amigo é uma jóia, um tesouro que devemos guardar no precioso cofre chamado coração.

Liberdade!

Liberdade!
Rui Barbosa

Liberdade!
Entre tantos que te trazem na boca sem te sentirem no coração, eu posso dar testemunho da tua identidade, definir a expressão do teu nome, vingar a pureza do teu evangelho, porque no fundo da minha consciência eu te vejo como estrela no fundo do obscuro espaço. Nunca te desconheci, nem te trairei nunca; porque a natureza impregnou dos teus elementos a substância do meu ser.

O mistério...

O mistério...
Fernando Pessoa

O mistério das coisas, o mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece ao menos para mostrar-nos que não é mistério?
Que sabe o rio disso?
Que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei eu disso?
E sempre que eu olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas, eu dou risada.
Eu dou risada como um regato sua fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das coisas é elas não terem sentido oculto nenhum.
É mais estranho do que todas as estranhezas, do que os sonhos de todos os poetas e o pensamento de todos os filósofos,que as coisas sejam o que realmente parecem ser e não haja nada que compreender.
Sim, sim, heis, heis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos, as coisas não tem significação, tem existência.

My Way

My Way
Frank Sinatra
Composição: Paul Anka / Claude François / Jacques Revaux

And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case of which I'm certain

I've lived a life that's full
I traveled each and every highway
And more, much more than this
I did it my way

Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption

I've planned each charted course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way

Yes there were times,
I'm sure you knewWhen
I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall
And did it my way

I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now as tears subside
I find it all so amusing

To think I did all that
And may I say, not in a shy way
Oh no, oh no, not me
I did it my way

For what is a man, what has he got?
If not himself, than he has naugth
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels

The record shows, I took the blows
And did it my way

My Way - Meu Jeito
E agora o fim está próximo
Então eu encaro o desafio final
Meu amigo, Eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza

Eu vivi uma vida que foi cheia
Eu viajei por cada e todas as rodovias
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito
Arrependimetos, eu tive alguns
Mas então, de novo, tão poucos para mencionar

Eu fiz, o que eu tinha que fazer
E eu vi tudo, sem exceção
Eu planejei cada caminho do mapa
Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
Oh, mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito
Sim, teve horas, que eu tinha certeza

Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas, entretanto, quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi fora
Eu encarei e continuei grande
E fiz do meu jeitoEu amei, eu ri e chorei

Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido

De pensar que eu fiz tudo
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, não euEu fiz do meu jeito
E pra que é um homem, o que ele tem
Se não ele mesmo, então ele não tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras que ele deveria revelar
Os registros mostram que eu recebi as desgraças

E fiz do meu jeito

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Fernando Pessoa

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Não Quero

Não Quero
Mário Quintana

Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível... Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto. Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo... Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim". Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena!!!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

DEFICIÊNCIAS

'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui.

'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

'Surdo' é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

'Paralítico' é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

'Diabético' é quem não consegue ser doce.'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: 'Miseráveis' são todos que não conseguem falar com Deus.

Mario Quintana
(escritor gaúcho 30/07/1906 -05/05/1994).

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Recomeçar

Recomeçar
Não importa aonde você parou... em que momento da vida você cansou... O que importa é que sempre é possível e necessário "Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo... É renovar as esperanças na vida e o mais importante... acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado...
Chorou muito...
Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por dversas vezes?
É por que fechaste a porta para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início de tua melhora...
Pois é... Agora é hora de reiniciar... de pensar na luz... de encontar prazer nas coisas simples de novo.
Recomecar...
Hoje é um bom dia para começar novos dasafios. Onde você quer chegar?
Ir alto...? Então sonhe alto... queira o melhor do melhor... queira coisas boas para a vida... pensando assim trazemos para nós aquilo que desejamos... Se pensamos pequeno...coisas pequenas teremos... Já se desejamos fortemente o melhor e pricipalmente lutarmos pelo melhor...O melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental...
Vamos lá ... joga fora tudo que te prende ao passado... ao mundinho de coisas tristes...fotos... peças de roupa... papel de bala ... ingressos de cinema, bilhites e viagens... e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados... joque tudo fora...
Mas principalmente... esvazie seu coração...Fique pronto para a vida ... para um novo amor...
Lembre-se somos apaxonáveis...
Somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
Afinal de contas... Nós somos o "Amor"
Porque somos do tamanho daquilo que vemos , e não do tamanho da nossa altura.

Carlos Drumond de Andrade

quinta-feira, 26 de junho de 2008

SEJA MAIS CARINHOSO DO QUE O NECESSÁRIO....

SEJA MAIS CARINHOSO DO QUE O NECESSÁRIO, POIS TODOS QUE VOCÊ CONHECE ESTÃO ENFRENTANDO UMA BATALHA!
UMA LÍNGUA AFIADA PODE CORTAR A PRÓPRIA GARGANTA!
SE EU QUISER QUE MEUS SONHOS SE REALIZEM, NÃO POSSO DORMIR DEMAIS.
DE TODAS AS COISAS QUE USO, MINHA EXPRESSÃO É A MAIS IMPORTANTE.
MINHA FELICIDADE DEPENDE DA QUALIDADE DOS MEUS PENSAMENTOS.
A COISA MAIS PESADA QUE CARREGAMOS É A VINGANÇA.
ALGO QUE POSSO OFERECER E AINDA POSSUIR... MINHAS PRÓPRIAS PALAVRAS.
MENTIMOS MAIS ALTO QUANDO MENTIMOS PRA NÓS MESMOS.
SE NÃO TENHO CORAGEM PRA COMEÇAR, ENTÃO JÁ ACABEI.
UMA COISA QUE NÃO SE PODE RECICLAR É TEMPO PERDIDO.

AS IDÉIAS NÃO FUNCIONAM SEM A NOSSA AJUDA.
NOSSA MENTE É COMO UM PÁRA-QUEDAS:
SÓ FUNCIONA ABERTO.

OS 10 MANDAMENTOS É A MELHOR DAS ESCOLHAS.
A BUSCA DA FELICIDADE É UMA BUSCA CONSTANTE!
NUNCA É TARDE PRA COMECAR O QUE PODIA TER SIDO FEITO.
A VIDA É MUITO CURTA PARA SE ARREPENDER.
ENTÃO AME AS PESSOAS QUE TE TRATAM BEM. ESQUECE AS QUE TE TRATAM MAL.
ACREDITE QUE TUDO ACONTECE POR UMA RAZÃO. SE TIVER UMA SEGUNDA CHANCE, AGARRE-A COM AS DUAS MÃOS. SE ISSO MUDAR A SUA VIDA DEIXE ACONTECER. NINGUÉM DISSE QUE A VIDA SERIA FÁCIL, SÓ QUE ELA VALE A PENA.
OS AMIGOS SÃO COMO BALÕES; SE VOCÊ OS DEIXAR IR TALVEZ NUNCA MAIS VÁ TÊ-LOS DE VOLTA. ÀS VEZES NOS OCUPAMOS COM NOSSAS PRÓPRIAS VIDAS QUE NÃO NOTAMOS QUE OS DEIXAMOS IR.
ÀS VEZES NOS PREOCUPAMOS QUEM ESTÁ CERTO OU ERRADO QUE ESQUECEMOS O QUE É CERTO E ERRADO.

Sawabona Shikoba

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio.
As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher.
Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.
Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.
Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma.
É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.
Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes temos de aprender a nos perdoar a nós mesmos...
Caso tenha ficado curioso(a) em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer: “Eu Te respeito, eu te Valorizo, você é importante pra mim”.
Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que é: “Então eu existo pra você”

Texto de :: Flávio Gikovate
Médico Psicanalista

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Meu desejo

Cada momento, cada instante, cada detalhe
Ao seu lado estar e poder contemplar
Raios de luz e alegrias
Longos dias de amor e tranqüilidade
Os desejos brindar e das manias poder brincar
Sonhos realizar e sempre mais querer conquistar

Apenas um sentido, apenas uma chance...
Um poder soberano de saber
Ganhar a vida, ganhar o mundo, ganhar o dia
Um sentimento verdadeiro e gostoso
Saber que habita em seu ser
Ter a certeza de que es minha
O seu amor ter para toda a minha vida

Meu desejo

Cada momento, cada instante, cada detalhe
Ao seu lado estar e poder contemplar
Raios de luz e alegrias
Longos dias de amor e tranqüilidade
Os desejos brindar e das manias poder brincar
Sonhos realizar e sempre mais querer conquistar

Apenas um sentido, apenas uma chance...
Um poder soberano de saber
Ganhar a vida, ganhar o mundo, ganhar o dia
Um sentimento verdadeiro e gostoso
Saber que habita em seu ser
Ter a certeza de que es minha
O seu amor ter para toda a minha vida

A necessidade do erro

Durante muito tempo, como muitas pessoas, cometi o mesmo erro: queria, a todo custo, não errar... Quando, por uma razão qualquer eu percebia um erro meu, um grande mal-estar se apoderava de mim e eu ficava quase imprestável para qualquer outra coisa, enquanto não pudesse “digerir” esse “erro imperdoável”...Que insanidade, não? Ao me tornar tão vulnerável após ter cometido um erro, era quase incapaz de continuar fazendo quase todas as outras coisas que já sabia fazer bem... E isso, certamente, acaba se constituindo em mais um erro, não? Uma bola de neve, que por alguns milagres de esquecimento que as boas noites de sono nos propiciam, acabava por se derreter, mais tarde do que cedo...Após muito meditar sobre o assunto, conversar com outras pessoas e ver bons e maus exemplos, cheguei a uma conclusão que gostaria de partilhar: pessoalmente, acredito que os erros sejam cotados por um preço muito caro, hoje em dia... Além do erro em si, que já não era o que queríamos, ainda temos que pagar, freqüentemente, o preço do embaraço, da vergonha, da culpa, da necessidade de reparação, da retaliação e da punição.Se formos realistas, veremos que o erro faz parte do dia-a-dia. Quem está aprendendo coisas novas vai cometer erros - é inevitável! - seja esse erro uma confusão na hora de fazer uma conta ou algo mais sério. Quem deixou de cometer erros apenas atesta que, talvez, esteja cometendo o grande erro de deixar de se desenvolver. Estacionou na sua zona de conforto e competência.Várias utopias espiritualistas nos falam dos seres mais evoluídos que nos parecem infalíveis e sugerem que sejamos como eles... Mas, talvez, eles apenas estejam lidando com outros tipos de aprendizado e de erros que fogem à nossa compreensão.Será que não podemos "desdramatizar" um pouco os erros? Errei sim, ainda bem! E foi com esse erro que aprendi como antes eu já estava errado... e pude entender como mudar.Sim, sei... Tem, também, nossa tradição de guardar os erros nossos e dos outros... Como se todo aquele que errasse fosse mais como um idiota incompetente irresponsável que não devesse estar fazendo aquilo... ao invés de alguém que utilizou todo o conhecimento e habilidade que tinha até o momento e acabou se surpreendendo ao descobrir que, afinal, algumas coisas ele não havia entendido direito nem era tão habilidoso quanto esperava...Talvez, ao invés do erro ser um ato de estupidez, ele seja, na maior parte das vezes, um ato de coragem... A coragem de testar aquilo que se acha que sabe. Sim... Aquele erro que é fruto do choque com a realidade... Quantas vezes nos iludimos e, nos consideramos livres de erros, simplesmente porque nunca nos permitimos esse choque? Podemos achar que sabemos tudo, entendemos tudo mas, na hora do teste da realidade levamos aquele tombo! Graças a Deus! Ainda bem que esses tombos acontecem! Se não nos deixamos abalar tanto, somos capazes de tirar muito aprendizado deles.Numa analogia, esses erros seriam o equivalente ao revelar-se uma foto mal-tirada. O fotógrafo principiante pode, assim, olhar o resultado e perceber, por exemplo, que enquadrou mal a foto, que estava com o dedão na frente da lente, etc... Por outro lado, um outro aluno, que nunca se dispusesse a revelar as suas fotos durante o curso todo (para não errar?!) poderia ter a desagradável surpresa de descobrir que cometeu os erros mais grosseiros que seriam corrigidos facilmente, se ele apenas tivesse permitido que eles fossem revelados.Claro que o erro não é o objetivo! Todos queremos acertar. Mas, também não é demérito. Claro que temos que continuar sendo responsáveis pelos nossos erros. Os erros têm seu preço, mas culpa, ressentimento, vergonha, isso é ágio que muitas pessoas manipuladoras aprenderam a comercializar em seu favor. Claro que há quem não queira acertar e erre de propósito. Mas, nesse caso, a pessoa não está errando. Ela sabe exatamente o erro que quer produzir... e consegue. Claro que há quem não tenha disposição para aprender com quem já sabe e comete muitos mais e mais graves erros do que os que lhe seriam necessários... Claro que há quem nunca aceite reconhecer os seus erros e continue produzindo os mesmos erros, somente porque nunca se permitiu aprender com eles...Mas, quem sabe que a realidade não se comove com a auto-complacência, entende que todas essas estratégias para nos mantermos menos conscientes ou menos responsáveis, somente agem contra nós próprios, tendo, depois, um custo muito mais alto.Sugiro que possamos ficar mais à vontade para cometermos os nossos próprios erros. Que não nos recriminemos tanto. Que continuemos a avaliar os riscos de errar e corramos aqueles que consideremos adequados. Que continuemos sendo responsáveis pelas conseqüências de nossos erros. E que não fiquemos carregando pesos desnecessários dos erros passados, tanto dos nossos quanto dos outros.Cometer os próprios erros seria utilizar a experiência, o conhecimento e as habilidades que se possui para tentar realizar aquilo que se deseja. Quando o erro acontecer, podemos, através dele, saber o que ainda estava falho, seja em nossa experiência, em nossos conhecimentos ou em nossas habilidades...Sugiro que possamos, também, ficar mais à vontade para deixarmos de cometer os erros dos outros. Quantas vezes nos deixamos seduzir ou intimidar por pessoas que sabem o que é “certo”? Só que o “certo” delas nada mais é do que um tipo de erro diferente dos nossos... Se eu começo a ver e a interagir com a realidade da forma como a outra pessoa faz, acabo perdendo ou deixando de desenvolver minha autonomia e independência. E entendo que essas são qualidades essenciais para o espírito. Creio que cada pessoa é um Universo e possui uma diretriz interna própria, única, individual e faz parte de seu trabalho espiritual aprender a agir em favor dela. Se uma pessoa somente cometer os erros dos outros, nunca vai poder saber o que há de imaturo em si. Vai perder o contato com a sua realidade e criar uma grande dependência pelo “sábio” que lhe ensinou o “certo”. Talvez, se ela se arriscasse a cometer, timidamente, seus próprios erros, a sua tentativa pudesse dar certo e descobrisse que possui maturidade e força maiores do que supunha. Talvez ela já possuísse tudo para acertar. Talvez, por outro lado, se ela estivesse muito longe do acerto e todos os seus conceitos estivessem bagunçados, fora da realidade... Quem sabe, um pequeno erro providencial a levasse a reformulá-los completamente.Então, por mais frustrante que possa ser o erro, ainda assim, considero-o um sinal positivo de vida, de desenvolvimento e de progresso. Assim, por mais indesejado que seja o erro, ele é, freqüentemente, necessário e inevitável. Que eu possa, então, quando cometer mais um erro saber que, com ele, estou pagando o justo preço pelo meu aprendizado e que possa, ao invés de reclamar, me desesperançar, me revoltar, agradecer pela maravilhosa chance de colocar-me à prova, de errar... e aprender!
Por - Daniel Ferreira Gambera